Em menos de 48 horas, o presidente Jair Bolsonaro deixou cair a máscara que até então mantinha diante do rosto, de reformador liberal do Estado e da economia, e adversário da corrupção. A esses falsos papéis, o populista de direita deve grande parte dos votos da classe média e do empresariado que o elegeram há um ano e meio.
Quem quer que ainda esperasse que – a despeito de todos os sinais em contrário – o gabinete de Bolsonaro fosse tranquilamente continuar se dedicando às reformas e ao combate à corrupção, pode agora desistir de vez. Pois, em apenas dois dias, o presidente cortou as asas, primeiro de seu superministro da Economia, o liberal Paulo Guedes, e depois do agora ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro.